Projeto Cozinhas Comunitárias – Paraopebas já está operando em Brumadinho
Cozinha semi-industrial foi inaugurada no começo de outubro no Bairro São Sebastião e local já está sendo utilizado para aulas. Projeto, que recebe recursos da multa paga pela Vale pelos danos sociais causados pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, está capacitando 150 pessoas em produção de alimentos congelados e salgados, permitindo a geração de renda para as famílias
O Projeto Cozinhas Comunitárias – Paraopebas inaugurou, no começo de outubro, em Brumadinho, a sua primeira unidade de produção e as aulas já começaram. Lançado em junho, o projeto está capacitando 150 pessoas para a produção de alimentos congelados e salgados, além de dar suporte para a criação de cooperativas de trabalho. O objetivo é proporcionar formação adequada para que os participantes estejam capacitados a gerar renda e formar uma cooperativa.
Coordenado pela Funjobi (Fundação São João Bosco para Inclusão) e representado pelo seu presidente Sr. Evandro Veras, o projeto recebe recursos destinados ao DMC (Dano Moral Coletivo), pagos pela empresa Vale a título de indenização social pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em 2019, que matou 272 pessoas.
De acordo com Rodrigo Lopes, gestor geral do projeto, o Cozinhas Comunitárias trabalha em três vertentes. “Damos a capacitação no chão da cozinha e da gestão do processo, com 40 horas de formação para cada participante; construímos e equipamos as cinco cozinhas; e teremos a cooperativa, que estará apta para começar a vender a produção”, explica. Os participantes estão se especializando em dois produtos – pão de queijo e salgadinhos. “São produtos que podem ser congelados e têm muito boa aceitação no mercado”, diz Rodrigo.
Para a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão), que integra o Comitê Gestor do DMC, o Cozinhas Comunitárias é um ótimo exemplo de boa aplicação dos recursos da multa paga pela Vale. “A gente quer ajudar as pessoas a ter uma ocupação, gerar renda e sair um pouco do minério-dependência. Porque, infelizmente, no nosso estado, a indústria da mineração tem matado bastante gente”, afirmou Alexandra Andrade, presidente da AVABRUM, durante a cerimônia de inauguração da cozinha em Brumadinho.
Também presente na inauguração, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Geraldo Emediato de Souza, disse que o projeto vai levar renda, oportunidade e empoderamento para os participantes. “Esse projeto me encanta. Na cooperativa, você não é empregado, você é um sócio, um proprietário. Quando os recursos [do DMC] acabarem, vocês terão um empreendimento, no qual serão sócios”, lembrou.
O procurador ainda explicou sobre a fonte do dinheiro do DMC. “Nós, como órgãos públicos, somos gestores desses recursos. Além do dano sofrido por quem perdeu familiares, também foram atingidos os cidadãos das cidades da bacia do rio Paraopeba. E são recursos que não foram doados pela Vale – ela aceitou um acordo ao ser condenada”, disse. Além da AVABRUM, integram o Comitê Gestor do DMC a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública da União. Assim como o Cozinhas Comunitárias, o Projeto Legado de Brumadinho* também recebe recursos do DMC.
‘Respeito aos recursos’
Maria Regina Silva, que também é diretora da AVABRUM, lembrou a importância de se conhecer e respeitar a origem dos recursos que patrocinam o projeto: “Eu gostaria de fazer um pedido a quem não perdeu ninguém no rompimento da barragem: ao entrar em qualquer cozinha deste projeto maravilhoso, que vai fazer muito bem para a vida de todos, com retorno financeiro e bem estar para a saúde mental, lembre-se que ele é custeado por um recurso que deve ser muito respeitado, porque este dinheiro veio com a dor e o sangue dos nossos familiares”.
A também diretora da AVABRUM, Nayara Porto Ferreira, falou da felicidade de poder apoiar o projeto. “Estamos muito felizes e creio que os nossos, estejam onde estiverem, também estão felizes, porque dar essa oportunidade a vocês é uma forma de também dar dignidade. Nós, da AVABRUM, como integrantes do Comitê Gestor, sempre pedimos prioridade para projetos em Brumadinho, exatamente porque o crime foi aqui e a cidade merece um olhar especial”, disse. Das cinco unidades do projeto, três ficam em Brumadinho.
A unidade inaugurada em Brumadinho em 8 de outubro está na Rua João XXIII, 11, Bairro São Sebastião, tem 200 m² e está equipada para produzir mais de 5 mil salgadinhos por hora. As outras duas cozinhas estão sendo instaladas nos distritos de São José do Paraopeba e Tejuco. O projeto ainda implantou unidades em São Joaquim de Bicas e Mário Campos.
*Projeto realizado com recursos destinados pelo Comitê Gestor do Dano Moral Coletivo pago a título de indenização social pelo rompimento da Barragem em Brumadinho em 25/01/2019, que ceifou 272 vidas.
Cozinha semi-industrial foi inaugurada no começo de outubro no Bairro São Sebastião e local já está sendo utilizado para aulas. Projeto, que recebe recursos da multa paga pela Vale pelos danos sociais causados pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, está capacitando 150 pessoas em produção de alimentos congelados e salgados, permitindo a geração de renda para as famílias
O Projeto Cozinhas Comunitárias – Paraopebas inaugurou, no começo de outubro, em Brumadinho, a sua primeira unidade de produção e as aulas já começaram. Lançado em junho, o projeto está capacitando 150 pessoas para a produção de alimentos congelados e salgados, além de dar suporte para a criação de cooperativas de trabalho. O objetivo é proporcionar formação adequada para que os participantes estejam capacitados a gerar renda e formar uma cooperativa.
Coordenado pela Funjobi (Fundação São João Bosco para Inclusão) e representado pelo seu presidente Sr. Evandro Veras, o projeto recebe recursos destinados ao DMC (Dano Moral Coletivo), pagos pela empresa Vale a título de indenização social pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em 2019, que matou 272 pessoas.
De acordo com Rodrigo Lopes, gestor geral do projeto, o Cozinhas Comunitárias trabalha em três vertentes. “Damos a capacitação no chão da cozinha e da gestão do processo, com 40 horas de formação para cada participante; construímos e equipamos as cinco cozinhas; e teremos a cooperativa, que estará apta para começar a vender a produção”, explica. Os participantes estão se especializando em dois produtos – pão de queijo e salgadinhos. “São produtos que podem ser congelados e têm muito boa aceitação no mercado”, diz Rodrigo.
Para a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão), que integra o Comitê Gestor do DMC, o Cozinhas Comunitárias é um ótimo exemplo de boa aplicação dos recursos da multa paga pela Vale. “A gente quer ajudar as pessoas a ter uma ocupação, gerar renda e sair um pouco do minério-dependência. Porque, infelizmente, no nosso estado, a indústria da mineração tem matado bastante gente”, afirmou Alexandra Andrade, presidente da AVABRUM, durante a cerimônia de inauguração da cozinha em Brumadinho.
Também presente na inauguração, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Geraldo Emediato de Souza, disse que o projeto vai levar renda, oportunidade e empoderamento para os participantes. “Esse projeto me encanta. Na cooperativa, você não é empregado, você é um sócio, um proprietário. Quando os recursos [do DMC] acabarem, vocês terão um empreendimento, no qual serão sócios”, lembrou.
O procurador ainda explicou sobre a fonte do dinheiro do DMC. “Nós, como órgãos públicos, somos gestores desses recursos. Além do dano sofrido por quem perdeu familiares, também foram atingidos os cidadãos das cidades da bacia do rio Paraopeba. E são recursos que não foram doados pela Vale – ela aceitou um acordo ao ser condenada”, disse. Além da AVABRUM, integram o Comitê Gestor do DMC a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública da União. Assim como o Cozinhas Comunitárias, o Projeto Legado de Brumadinho* também recebe recursos do DMC.
‘Respeito aos recursos’
Maria Regina Silva, que também é diretora da AVABRUM, lembrou a importância de se conhecer e respeitar a origem dos recursos que patrocinam o projeto: “Eu gostaria de fazer um pedido a quem não perdeu ninguém no rompimento da barragem: ao entrar em qualquer cozinha deste projeto maravilhoso, que vai fazer muito bem para a vida de todos, com retorno financeiro e bem estar para a saúde mental, lembre-se que ele é custeado por um recurso que deve ser muito respeitado, porque este dinheiro veio com a dor e o sangue dos nossos familiares”.
A também diretora da AVABRUM, Nayara Porto Ferreira, falou da felicidade de poder apoiar o projeto. “Estamos muito felizes e creio que os nossos, estejam onde estiverem, também estão felizes, porque dar essa oportunidade a vocês é uma forma de também dar dignidade. Nós, da AVABRUM, como integrantes do Comitê Gestor, sempre pedimos prioridade para projetos em Brumadinho, exatamente porque o crime foi aqui e a cidade merece um olhar especial”, disse. Das cinco unidades do projeto, três ficam em Brumadinho.
A unidade inaugurada em Brumadinho em 8 de outubro está na Rua João XXIII, 11, Bairro São Sebastião, tem 200 m² e está equipada para produzir mais de 5 mil salgadinhos por hora. As outras duas cozinhas estão sendo instaladas nos distritos de São José do Paraopeba e Tejuco. O projeto ainda implantou unidades em São Joaquim de Bicas e Mário Campos.
*Projeto realizado com recursos destinados pelo Comitê Gestor do Dano Moral Coletivo pago a título de indenização social pelo rompimento da Barragem em Brumadinho em 25/01/2019, que ceifou 272 vidas.
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