Plantio de 272 árvores nativas da Mata Atlântica homenageia vítimas da barragem: ‘É uma forma de lembrarmos deles com muito amor’
Cada planta recebeu o nome de uma vítima. Ação foi realizada hoje (29) pela AVABRUM em parceria com o Instituto Camila e Luiz Taliberti e apoio da Brigada Carcará e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Brumadinho, em área verde da cidade
Uma atividade ao ar livre chamou a atenção dos moradores de Brumadinho na manhã deste sábado (29/10). Na área verde do Bairro Salgado Filho, nas proximidades do Cemitério Parque da Rosas – onde várias vítimas da tragédia-crime do rompimento da barragem da Vale foram sepultadas – a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão) plantou, em conjunto com o Instituto Camila e Luiz Taliberti, 272 mudas de árvores, de variadas espécies nativas da Mata Atlântica, tais como aroeira, pau-brasil, ipê amarelo, ipê roxo, paina e cedro. O plantio foi uma homenagem às vítimas da tragédia, e cada muda ganhou uma plaquinha de identificação com o nome de uma delas, as Joias, como são chamadas pelos familiares. Quatro vítimas ainda não foram localizadas.
O local escolhido para a atividade – a área verde, na rua Érico Veríssimo, s/nº, no Bairro Salgado Filho – está sob a tutela da Brigada Carcará, que já promove ali uma ação de reflorestamento e vai oferecer todo suporte técnico para a manutenção das plantas. Já o Instituto Camila e Luiz Taliberti foi fundado, com apoio de amigos, por Helena Taliberti, que perdeu seus dois filhos na tragédia-crime – Luiz e Camila -, além da nora, Fernanda, que estava grávida de 5 meses, de Lorenzo Taliberti. Os irmãos eram de São Paulo e estavam em Brumadinho com o pai e a madrasta hospedados na Pousada Nova Estância, que foi totalmente destruída pela lama de rejeitos no fatídico 25 de janeiro de 2019. Todos morreram.
Uma das participantes da atividade, Tida Andrade, mãe de uma vítima, falou pela primeira vez sobre da tragédia-crime. Ela disse que resolveu participar da ação de plantio para que surja uma vida em forma de árvore. “Eu perdi minha filha Natália. Nós havíamos conversado sobre a possibilidade de um rompimento da barragem e ela me dizia que não tinha medo, pois a mineradora Vale pregava a vida em primeiro lugar e presava pela segurança. Hoje, após quase 4 anos, vir prestar uma homenagem não somente a ela, mas a diversas pessoas que conhecíamos, é uma forma de lembrarmos de todos com muito amor”, disse.
Morador de Brumadinho, Jaime Eustáquio, que é técnico agrícola e biólogo aposentado, participou da ação como voluntário e auxiliou no plantio. Para ele, a sociedade de Brumadinho precisa participar e zelar pelo local. “Todos devem fazer parte deste local de homenagem às nossas Joias, fazendo com que seja um lugar de bom convívio para todos. Sou morador de um outro bairro e pretendo voltar aqui mais vezes para ajudar a cuidar do espaço,” finaliza.
De acordo com a presidente da AVABRUM, Alexandra Andrade, a ideia do plantio de 272 árvores na área urbana de Brumadinho surgiu em conjunto com o Instituto Camila e Luiz Taliberti, e teve um significado muito grande. “Eles [o Instituto] já plantaram 272 mudas em São Paulo. Já tínhamos a ideia de fazer aqui também. A participação dos familiares e da comunidade é muito importante para a gente conseguir manter a memória, honrá-los e homenageá-los, além de contribuir para a recuperação do meio ambiente. Poder contribuir com um mundo melhor por meio desse plantio em homenagem a eles alivia um pouco a nossa dor”, disse. A AVABRUM acredita que as árvores serão um importante legado e farão com que a luta dos familiares das vítimas nunca caia no esquecimento.
‘Tentaram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes’
Para Helena Taliberti, plantar 272 mudas é manter o legado dos seus filhos e contribuir para a preservação do meio ambiente. “É a construção de um memorial vivo e a certeza de que a morte de todos eles não foi em vão! Assim como o plantio em Brumadinho, plantamos 272 mudas em parceria com a SOS Mata Atlântica, em Itu (SP), e com o Projeto Plantar, na cabeceira do Rio São Francisco. O projeto do Instituto Camila e Luiz Taliberti é expandir para outros locais, porque tentaram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes”.
Segundo a AVABRUM, a intenção é expandir o plantio das 272 árvores para toda cidade onde nasceu uma joia, a fim de homenageá-la. A iniciativa do plantio deste sábado contou ainda também com apoio do Projeto Legado de Brumadinho*, do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal, da Defesa Civil Municipal e da ONG Carcará.
Cada planta recebeu o nome de uma vítima. Ação foi realizada hoje (29) pela AVABRUM em parceria com o Instituto Camila e Luiz Taliberti e apoio da Brigada Carcará e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Brumadinho, em área verde da cidade
Uma atividade ao ar livre chamou a atenção dos moradores de Brumadinho na manhã deste sábado (29/10). Na área verde do Bairro Salgado Filho, nas proximidades do Cemitério Parque da Rosas – onde várias vítimas da tragédia-crime do rompimento da barragem da Vale foram sepultadas – a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão) plantou, em conjunto com o Instituto Camila e Luiz Taliberti, 272 mudas de árvores, de variadas espécies nativas da Mata Atlântica, tais como aroeira, pau-brasil, ipê amarelo, ipê roxo, paina e cedro. O plantio foi uma homenagem às vítimas da tragédia, e cada muda ganhou uma plaquinha de identificação com o nome de uma delas, as Joias, como são chamadas pelos familiares. Quatro vítimas ainda não foram localizadas.
O local escolhido para a atividade – a área verde, na rua Érico Veríssimo, s/nº, no Bairro Salgado Filho – está sob a tutela da Brigada Carcará, que já promove ali uma ação de reflorestamento e vai oferecer todo suporte técnico para a manutenção das plantas. Já o Instituto Camila e Luiz Taliberti foi fundado, com apoio de amigos, por Helena Taliberti, que perdeu seus dois filhos na tragédia-crime – Luiz e Camila -, além da nora, Fernanda, que estava grávida de 5 meses, de Lorenzo Taliberti. Os irmãos eram de São Paulo e estavam em Brumadinho com o pai e a madrasta hospedados na Pousada Nova Estância, que foi totalmente destruída pela lama de rejeitos no fatídico 25 de janeiro de 2019. Todos morreram.
Uma das participantes da atividade, Tida Andrade, mãe de uma vítima, falou pela primeira vez sobre da tragédia-crime. Ela disse que resolveu participar da ação de plantio para que surja uma vida em forma de árvore. “Eu perdi minha filha Natália. Nós havíamos conversado sobre a possibilidade de um rompimento da barragem e ela me dizia que não tinha medo, pois a mineradora Vale pregava a vida em primeiro lugar e presava pela segurança. Hoje, após quase 4 anos, vir prestar uma homenagem não somente a ela, mas a diversas pessoas que conhecíamos, é uma forma de lembrarmos de todos com muito amor”, disse.
Morador de Brumadinho, Jaime Eustáquio, que é técnico agrícola e biólogo aposentado, participou da ação como voluntário e auxiliou no plantio. Para ele, a sociedade de Brumadinho precisa participar e zelar pelo local. “Todos devem fazer parte deste local de homenagem às nossas Joias, fazendo com que seja um lugar de bom convívio para todos. Sou morador de um outro bairro e pretendo voltar aqui mais vezes para ajudar a cuidar do espaço,” finaliza.
De acordo com a presidente da AVABRUM, Alexandra Andrade, a ideia do plantio de 272 árvores na área urbana de Brumadinho surgiu em conjunto com o Instituto Camila e Luiz Taliberti, e teve um significado muito grande. “Eles [o Instituto] já plantaram 272 mudas em São Paulo. Já tínhamos a ideia de fazer aqui também. A participação dos familiares e da comunidade é muito importante para a gente conseguir manter a memória, honrá-los e homenageá-los, além de contribuir para a recuperação do meio ambiente. Poder contribuir com um mundo melhor por meio desse plantio em homenagem a eles alivia um pouco a nossa dor”, disse. A AVABRUM acredita que as árvores serão um importante legado e farão com que a luta dos familiares das vítimas nunca caia no esquecimento.
‘Tentaram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes’
Para Helena Taliberti, plantar 272 mudas é manter o legado dos seus filhos e contribuir para a preservação do meio ambiente. “É a construção de um memorial vivo e a certeza de que a morte de todos eles não foi em vão! Assim como o plantio em Brumadinho, plantamos 272 mudas em parceria com a SOS Mata Atlântica, em Itu (SP), e com o Projeto Plantar, na cabeceira do Rio São Francisco. O projeto do Instituto Camila e Luiz Taliberti é expandir para outros locais, porque tentaram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes”.
Segundo a AVABRUM, a intenção é expandir o plantio das 272 árvores para toda cidade onde nasceu uma joia, a fim de homenageá-la. A iniciativa do plantio deste sábado contou ainda também com apoio do Projeto Legado de Brumadinho*, do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal, da Defesa Civil Municipal e da ONG Carcará.
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