Mineração na Serra do Curral é alvo de protestos
Megaprojeto de mineração foi aprovado sem que a população atingida fosse ouvida. AVABRUM fez nota de repúdio
Ainda com as feridas abertas das tragédias de Brumadinho e Mariana, o povo mineiro é surpreendido com a licença ambiental emitida pelo governo de Minas Gerais, autorizando a instalação de um mega projeto de mineração de ferro na Serra do Curral, que emoldura os municípios de Nova Lima e Belo Horizonte.
A licença foi aprovada no sábado, 30 de abril, pelo Conselho Estadual de Política Ambiental, em favor da Taquaril Mineração SA (Tamisa). A iniciativa não teve o apoio da prefeitura de Belo Horizonte, mas foi aceita pela prefeitura de Nova Lima, onde o empreendimento está totalmente localizado.
Na semana que mais uma vítima foi encontrada sobre a lama do rompimento da barragem da Vale, que matou 272 pessoas, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão, em Brumadinho (AVABRUM) foi surpreendida com a notícia e divulgou uma nota de repúdio:
“De maneira obscura e sorrateira fomos traídos na nossa casa. Tiraram dos mineiros o direito à vida e a liberdade de morar no seu território de origem”, diz a Associação. A nota ainda afirma que a decisão do governo de Minas Gerais “só reforça a forma como são tratados os mineiros. Sem nenhuma consideração e respeito à vida humana. Mais uma vez o lucro sobrepõe a vida”.
A AVABRUM destaca ainda o fato de a população atingida pela mineração na Serra do Curral não ter sido ouvida e, em contrapartida, os laudos apresentados pela empresa mineradora terem sido aceitos pelo governo estadual. Leia aqui a nota na íntegra.
Pressão na Assembleia Legislativa
Diante das críticas dos ambientalistas, a Assembleia Legislativa de MG realizou uma audiência pública na quinta-feira, 5 de maio, para discutir o projeto. Moradores e ambientalistas lotaram o local e pressionaram os deputados a mudar a dinâmica da audiência que privilegiava o tempo destinado aos defensores do projeto (o superintendente de Projetos Prioritários da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, a titular da pasta, além do representante da empresa mineradora).
Marília Carvalho de Melo, secretária de Meio Ambiente, afirmou que todas as análises técnicas do processo de licenciamento foram cumpridas. Já o deputado Cristiano Silveira (PT) lembrou que as tragédias de Brumadinho e Mariana ocorreram mesmo tendo laudos que atestavam a segurança e a legalidade das operações.
Segundo ambientalistas, por sua localização, a apenas 200 metros do ponto mais alto da serra, a dispersão de partículas é inevitável, atingindo os municípios ao redor. Além disso, apontam a derrubada da mata nativa e impacto nas nascentes da região e nos córregos Cubango, Triângulo e Fazenda. Essas águas abastecem o Rio das Velhas e o Rio Paraopebas.
Artistas e Intelectuais lançam Manifesto em defesa da Serra do Curral
Imediatamente após o licenciamento foi criado o grupo “Tira o pé da minha serra!” que, em menos de uma semana, conseguiu o apoio de mais de 700 artistas e intelectuais de todo o Brasil e do exterior, assinando uma carta-manifesto contra a mineração.
Mineiros famosos como Milton Nascimento, Fernanda Takai, Samuel Rosa, Débora Falabella, Daniel Oliveira e Chico Pinheiro receberam o apoio de outros importantes artistas e intelectuais, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e o português Boaventura Souza Santos.
A carta-manifesto foi encaminhada na sexta-feira, 6 de maio, endereçada ao governador de MG, à secretária de Meio Ambiente, ao secretário de Cultura e ao presidente da Assembleia Legislativa.
Clique aqui para ler o Manifesto.
Fonte: com informações da Folha de S.Paulo, Estado de Minas e site do manifesto Tira o pé da minha serra!
Megaprojeto de mineração foi aprovado sem que a população atingida fosse ouvida. AVABRUM fez nota de repúdio
Ainda com as feridas abertas das tragédias de Brumadinho e Mariana, o povo mineiro é surpreendido com a licença ambiental emitida pelo governo de Minas Gerais, autorizando a instalação de um mega projeto de mineração de ferro na Serra do Curral, que emoldura os municípios de Nova Lima e Belo Horizonte.
A licença foi aprovada no sábado, 30 de abril, pelo Conselho Estadual de Política Ambiental, em favor da Taquaril Mineração SA (Tamisa). A iniciativa não teve o apoio da prefeitura de Belo Horizonte, mas foi aceita pela prefeitura de Nova Lima, onde o empreendimento está totalmente localizado.
Na semana que mais uma vítima foi encontrada sobre a lama do rompimento da barragem da Vale, que matou 272 pessoas, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão, em Brumadinho (AVABRUM) foi surpreendida com a notícia e divulgou uma nota de repúdio:
“De maneira obscura e sorrateira fomos traídos na nossa casa. Tiraram dos mineiros o direito à vida e a liberdade de morar no seu território de origem”, diz a Associação. A nota ainda afirma que a decisão do governo de Minas Gerais “só reforça a forma como são tratados os mineiros. Sem nenhuma consideração e respeito à vida humana. Mais uma vez o lucro sobrepõe a vida”.
A AVABRUM destaca ainda o fato de a população atingida pela mineração na Serra do Curral não ter sido ouvida e, em contrapartida, os laudos apresentados pela empresa mineradora terem sido aceitos pelo governo estadual. Leia aqui a nota na íntegra.
Pressão na Assembleia Legislativa
Diante das críticas dos ambientalistas, a Assembleia Legislativa de MG realizou uma audiência pública na quinta-feira, 5 de maio, para discutir o projeto. Moradores e ambientalistas lotaram o local e pressionaram os deputados a mudar a dinâmica da audiência que privilegiava o tempo destinado aos defensores do projeto (o superintendente de Projetos Prioritários da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, a titular da pasta, além do representante da empresa mineradora).
Marília Carvalho de Melo, secretária de Meio Ambiente, afirmou que todas as análises técnicas do processo de licenciamento foram cumpridas. Já o deputado Cristiano Silveira (PT) lembrou que as tragédias de Brumadinho e Mariana ocorreram mesmo tendo laudos que atestavam a segurança e a legalidade das operações.
Segundo ambientalistas, por sua localização, a apenas 200 metros do ponto mais alto da serra, a dispersão de partículas é inevitável, atingindo os municípios ao redor. Além disso, apontam a derrubada da mata nativa e impacto nas nascentes da região e nos córregos Cubango, Triângulo e Fazenda. Essas águas abastecem o Rio das Velhas e o Rio Paraopebas.
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Imediatamente após o licenciamento foi criado o grupo “Tira o pé da minha serra!” que, em menos de uma semana, conseguiu o apoio de mais de 700 artistas e intelectuais de todo o Brasil e do exterior, assinando uma carta-manifesto contra a mineração.
Mineiros famosos como Milton Nascimento, Fernanda Takai, Samuel Rosa, Débora Falabella, Daniel Oliveira e Chico Pinheiro receberam o apoio de outros importantes artistas e intelectuais, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e o português Boaventura Souza Santos.
A carta-manifesto foi encaminhada na sexta-feira, 6 de maio, endereçada ao governador de MG, à secretária de Meio Ambiente, ao secretário de Cultura e ao presidente da Assembleia Legislativa.
Clique aqui para ler o Manifesto.
Fonte: com informações da Folha de S.Paulo, Estado de Minas e site do manifesto Tira o pé da minha serra!
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