Exposição em Munique lembra tragédia de Brumadinho
9.390 km separam Brumadinho de Munique. Mas, neste 25/06, a conexão entre as duas cidades será por meio de uma exposição sobre as tragédias da mineração
Existe uma triste conexão entre Brumadinho e Munique. É na cidade alemã que está a sede da Tüv Süd, empresa que certificou a segurança da barragem B1 meses antes do seu rompimento.
Para justamente pensar sobre as tragédias da mineração, Isadora Canela, Lis Haddad e Thais Paiva Machado inauguram, em 25/06, em Munique a exposição Over (The) Mine. Os trabalhos convidam o público a refletir sobre as profundezas obscuras da mineração e a partir daí redesenhar os mapas de destruição para abrir espaços para outras realidades.
Desenvolvidas especificamente para Munique, as obras chegam ao público na cidade onde acontece o julgamento de um dos crimes humanos e ambientais mais graves da história recente. Corre na justiça da cidade duas ações de familiares de vítimas do rompimento da barragem. Os familiares buscam na justiça alemã punição da empresa e responsabilização de seus executivos. No judiciário da Alemanha há também outras ações, de familiares, aguardando audiências e decisão final.
A AVABRUM – Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão – estará presente na exposição por meio da leitura de uma carta dirigida às artistas e ao público, reforçando a importância das manifestações artísticas que expõem crimes e despertam a indignação.
“Ficamos gratos e sensibilizados com o tema escolhido para esta exposição que toca nossos corações, celebra a memória e nos desafia, juntos, a desmontar as estruturas do poder econômico e a engrenagem predatória das empresas mineradoras”, diz o texto, assinado pela diretoria da AVABRUM.
A associação ainda afirma que a exposição estimula a realização do Projeto Legado de Brumadinho. “É um movimento que busca tocar toda a sociedade, todos os que nos ouvem pelo Brasil afora e pelo mundo. O convite que fazemos é: escutem a nossa voz e gritem conosco. Aqui em Munique, nesta exposição, sentimos que nossas vozes estão presentes”.
A exposição é uma iniciativa da Ebenböckhaus, residência de artistas em Munique mantida com recursos públicos da cidade.
A multinacional alemã é citada mais de mil vezes no relatório final da CPI da Câmara dos Deputados que apura as responsabilidades sobre a tragédia de Brumadinho. Na página 561 uma passagem chama a atenção: “Vê-se, portanto, que a TÜV SÜD não demonstrou nenhum intuito de colaborar com as investigações dos fatos; ao contrário, age deliberadamente no sentido de dificultar qualquer tentativa de elucidação dos fatos que levaram à morte centenas de pessoas em Brumadinho.”
É preciso reafirmar e reforçar a cultura do valor à vida humana e da preservação do meio ambiente. Essa é uma das maneiras de honrar a memória das 272 pessoas que morreram no rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão. O valor da vida, sempre em primeiro lugar.
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O meio ambiente e as tragédias na mineração
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Desenvolvidas especificamente para Munique, as obras chegam ao público na cidade onde acontece o julgamento de um dos crimes humanos e ambientais mais graves da história recente. Corre na justiça da cidade duas ações de familiares de vítimas do rompimento da barragem. Os familiares buscam na justiça alemã punição da empresa e responsabilização de seus executivos. No judiciário da Alemanha há também outras ações, de familiares, aguardando audiências e decisão final.
A AVABRUM – Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão – estará presente na exposição por meio da leitura de uma carta dirigida às artistas e ao público, reforçando a importância das manifestações artísticas que expõem crimes e despertam a indignação.
“Ficamos gratos e sensibilizados com o tema escolhido para esta exposição que toca nossos corações, celebra a memória e nos desafia, juntos, a desmontar as estruturas do poder econômico e a engrenagem predatória das empresas mineradoras”, diz o texto, assinado pela diretoria da AVABRUM.
A associação ainda afirma que a exposição estimula a realização do Projeto Legado de Brumadinho. “É um movimento que busca tocar toda a sociedade, todos os que nos ouvem pelo Brasil afora e pelo mundo. O convite que fazemos é: escutem a nossa voz e gritem conosco. Aqui em Munique, nesta exposição, sentimos que nossas vozes estão presentes”.
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A multinacional alemã é citada mais de mil vezes no relatório final da CPI da Câmara dos Deputados que apura as responsabilidades sobre a tragédia de Brumadinho. Na página 561 uma passagem chama a atenção: “Vê-se, portanto, que a TÜV SÜD não demonstrou nenhum intuito de colaborar com as investigações dos fatos; ao contrário, age deliberadamente no sentido de dificultar qualquer tentativa de elucidação dos fatos que levaram à morte centenas de pessoas em Brumadinho.”
É preciso reafirmar e reforçar a cultura do valor à vida humana e da preservação do meio ambiente. Essa é uma das maneiras de honrar a memória das 272 pessoas que morreram no rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão. O valor da vida, sempre em primeiro lugar.
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