Embaixadora do Reino Unido no Brasil: “segurança de barragens é um desafio global”

Ministério Público de Minas Gerais lança o Centro Integrado de Gestão Ambiental (CIGA), sistema para monitorar barragens de mineração no estado

A embaixadora do Reino Unido no Brasil, Melanie Hopkins, disse, em solenidade na Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais (MP-MG), que a “segurança de barragens é um desafio global”. “Em Londres, existe um movimento muito forte para a segurança nas barragens”, afirmou a embaixadora, no evento de lançamento do Centro Integrado de Gestão Ambiental (CIGA), em 23 de maio. O CIGA é uma plataforma integrada de tecnologia com a finalidade de prevenir desastres ligados à atividade de mineração em Minas Gerais.

Segundo o MP-MG, o CIGA conta com uma parceria do Ministério Público com o Governo do Estado de MG e apoio técnico do governo do Reino Unido. Na cerimônia, a embaixadora relembrou de um trágico acidente em uma mina, ocorrido na cidade de Aberfan, no País de Gales, em 1966. “O colapso de uma mina deixou 144 mortos, incluindo 116 crianças, incluindo um membro da minha família”, disse Melanie.   

Em discurso, o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Habitação e Urbanismo (CAOMA), o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, agradeceu a participação de integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (AVABRUM) –  Alexandra Andrade (presidente) e Maria Regina da Silva (diretora) – que estavam presentes acompanhando a cerimônia. 

Segundo Ferreira Pinto, o lançamento do CIGA, que é vinculado ao CAOMA, “ficará marcado na história do Ministério Público como um dia de grande avanço no controle e acompanhamento destas estruturas (barragens)”. Já a secretária de Meio ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais, Marília Carvalho de Melo, afirmou que é necessário um esforço para garantir “risco zero” à sociedade no que diz respeito à atividade de mineração, preservando as “nossas vidas e o meio ambiente”. A cerimônia foi encerrada pelo procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, que explicou como era a atuação dos procuradores e promotores na época em que estavam disponíveis poucas tecnologias para o acompanhamento das barragens.

No evento, a presidente da AVABRUM, Alexandra Andrade, disse que “a criação do CIGA é um passo importante e um avanço na rigidez da fiscalização das barragens para que acidentes como os de Mariana e Brumadinho não aconteçam mais”. Segundo ela, é preciso que “as vidas sejam preservadas em primeiro lugar – e não como fizeram com nossos entes queridos que tiveram suas vidas ceifadas pelo mar de lama”. Ela relembrou da dor que existe na cidade após o rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, ocorrido em 25 de janeiro de 2019. A presidente da associação também defendeu a preservação do meio ambiente, que não pode ser “devastado pelas mineradoras.” Ao final da sessão, foi realizada uma visita à sala do CIGA para que os participantes da cerimônia pudessem obter explicações detalhadas sobre o funcionamento do centro.  

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Projeto Legado de Brumadinho é realizado com recursos destinados pelo Comitê Gestor do Dano Moral Coletivo pago a título de indenização social pelo rompimento da Barragem em Brumadinho em 25/01/2019, que ceifou 272 vidas.

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