Campanha #AmanhãPodeSerTarde dá voz a familiares das vítimas do rompimento da barragem
Ação de comunicação tem sido desenvolvida pelo Legado de Brumadinho, projeto criado pela AVABRUM, associação que reúne os familiares das vítimas, para que a tragédia-crime não caia no esquecimento
A campanha #AmanhãPodeSerTarde dá voz aos familiares das vítimas da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, quando uma barragem estourou, matando imediatamente 272 pessoas e destruindo quilômetros de vegetação e sua fauna. Desenvolvida pelo Legado de Brumadinho, projeto criado pela AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão) para que a tragédia-crime não caia no esquecimento, a campanha têm como objetivo fazer um alerta para que as ações de prevenção e de segurança no trabalho sejam tomadas com celeridade e diligência.
Alisson Pessoa Damasceno, tinha 39 anos, e deixou esposa.
Camila Santos de Faria
Camila Santos de Faria, de 32, trabalhava no setor administrativo da Vale e deixou uma filha.
Ramon Júnior Pinto
Ramon Júnior Pinto, de 34 anos, era casado e tinha uma filha pequena.
João Paulo Altino
João Paulo Altino, de 35 anos, era mecânico de uma empresa terceirizada que prestava serviço para a Vale.
Rodrigo Monteiro Costa
Rodrigo Monteiro Costa, de 42 ano, sonhava ser engenheiro mecânico. Ele começaria o curso em 2019, ano em que foi atingido pelo rompimento da barragem da Vale.
Renato Rodrigues Maia
Renato Rodrigues Maia era técnico de segurança da Vale e tinha o sonho de fazer engenharia ambiental.
Patrícia era a irmã mais velha de Renato Rodrigues Maia.
Alisson Martins de Souza
Funcionário de uma empresa terceirizada da Vale, Alisson Martins de Souza, tinha 39 anos.
Peterson Firmino Nunes Ribeiro
Com 35 anos, Peterson Firmino Nunes Ribeiro trabalhava na Vale na distribuição de equipamentos.
Vagner Nascimento da Silva
Com 39 anos, Vagner Nascimento da Silva era operador de máquinas da Vale.
Vagner era o filho mais velho de Dona Arlete e Sr. Alderico.
Tiago Tadeu Mendes da Silva
Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, era mecânico industrial da Vale e deixou dois filhos pequenos e esposa. Até novembro de 2022, quase 4 anos após a tragédia, seu corpo não havia sido localizado.
Walaci Junhior Cândido da Silva
Com 25 anos, Walaci Junhior Cândido da Silva era casado e trabalhava para uma empresa terceirizada da Vale. Sua paixão era o futebol e atuava no futebol amador de Brumadinho.
Dennis Augusto da Silva
Técnico de planejamento e controle da Vale, Dennis Augusto da Silva tinha 38 anos, morava em Brumadinho e deixou dois filhos gêmeos, de 10 meses.
Bruno Rocha Rodrigues
Engenheiro de produção, Bruno Rocha Rodrigues tinha 26 anos. Ele foi estagiário antes de ser contratado pela empresa.
Cleiton Luiz Moreira Filho
Cleiton Luiz Moreira Filho tinha 29 anos e era mecânico de vulcanização da Vale.
Sandro Andrade Gonçalves
Sandro Andrade Gonçalves tinha 42 anos e deixou esposa e três filhos.
Priscila Elen Silva
Priscila Elen Silva tinha29 anos e era técnica em manutenção na mina Córrego do Feijão. Ela também era clarinetista e fez parte da Banda São Sebastião, de Brumadinho.
Flaviano Fialho
Flaviano Fialho tinha 34 anos e era funcionário da Vale. Ele gostava de futebol e torcia pelo Atlético Mineiro. Deixou a esposa e dois filhos, de 10 e 6 anos.
Sirlei de Brito
Sirlei de Brito Ribeiro tinha 48 anos e era secretária municipal de Desenvolvimento Social de Brumadinho. Morava em um sítio próximo à barragem e foi atingida em casa.
Dennis Augusto da Silva, de 34 anos, era técnico de planejamento e controle na Vale e morava em Brumadinho. Era casado e deixou um casal de gêmeos de apenas 10 meses.
Vítimas– Thiago
Thiago Mateus Costa, de32 anos, era mecânico e trabalhava na Vale desde 2005. Natural de Contagem, morava em Betim e trabalhava em Brumadinho. Ele deixou esposa e três filhos.
Vítimas – Elis
Elis Marina da Costa tinha 24 anos e era técnica em segurança do trabalho. Ela era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviço para a Vale.
7 anos do rompimento da barragem de Mariana
Em Mariana, em 5 de novembro de 2015, 19 pessoas e 1 nascituro morreram quando a barragem de Fundão da mineradora Samarco rompeu.
Meio Ambiente – Dia da Árvore
Em poucas horas no dia 25 de janeiro de 2019, mais de 130 hectares de Mata Atlântica foram cobertos pela lama.
Meio Ambiente – Água
Além das 272 vítimas fatais, a natureza também foi atingida pelo rompimento da barragem em Brumadinho. A água do Rio Paraopeba continua poluída mais de três anos após a tragédia.
Meio Ambiente – Peixe
As consequências da tragédia são incalculáveis. Mas uma delas é visível. A pesca, comercial ou mesmo para o lazer, foi prejudicada. Além disso, toda fauna na região foi atingida.
Estes profissionais e toda a comunidade escolar passaram a ter de lidar, diariamente, com uma realidade inimaginável após o rompimento da barragem. Entre tantas perdas provocadas pela tragédia-crime, mais de cem crianças ficaram órfãs e quatro professores estão entre as 272 vítimas fatais.
Quando o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho completa 4 anos, queremos reforçar essa reflexão e lembrar um pouquinho de tudo o que já foi realizado dentro do projeto Legado de Brumadinho
Acidentes de Trabalho em Números
Relatório de julho de 2022 do Cadastro de Barragens, Categoria de Risco e Nível de Emergência da Agência Nacional de Mineração aponta que 12,7% delas estão em situação de alerta ou emergência.
10% dos acidentes de trabalho no país, na última década, aconteceram no setor da saúde.
Os impactos de grandes acidentes, como o de Brumadinho, são transversais: se espalham por toda a cadeia de suprimentos, afetando toda a dinâmica da vida e da economia locais.
2.219 trabalhadores sofreram acidentes de trabalho em 2021 no setor de mineração. Isso significa que, a cada quatro horas, um trabalhador sofreu um acidente em atividades ligadas ao setor.
A cada 10 trabalhadores que se acidentam, somente oito casos são corretamente notificados. Estamos falando de algo como 114 mil acidentes em 2021.
São Paulo (35%), Minas Gerais (11%), Rio Grande do Sul (8%), Paraná (8%), Santa Catarina (7%) e Rio de Janeiro (6%) concentraram 75% dos acidentes de trabalho notificados em 2021.
Acidentes de trabalho causados por ambientes de trabalho inseguros ou insalubres diminuem em 4% a economia global, segundo cálculos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).