Brumadinho: 4 anos da tragédia, 4 anos de impunidade
Os quatro anos do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão serão marcados por uma série de ações de mobilização em Brumadinho. O objetivo é lembrar a tragédia, que deixou 272 mortos, e fortalecer a pauta de luta dos familiares das vítimas: Justiça, com a prisão dos responsáveis; Encontro de todas as vítimas; e Memória, para honrar as vítimas e para que tragédias como essa não se repitam
A Associação de Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Vale (AVABRUM) e o Projeto Legado de Brumadinho* preparam, para este mês de janeiro, uma série de ações de mobilização para marcar os 4 anos da tragédia, que segue impune desde 25 de janeiro de 2019. As atividades têm por objetivo não apenas homenagear as 272 vítimas desta que foi a maior tragédia trabalhista do país, como também pedir por Justiça, para que os responsáveis sejam julgados e presos; Encontro, para que todas as vítimas possam ser localizadas e sepultadas com dignidade; e Memória, para que tragédias com essa nunca mais se repitam.
A mobilização começa na manhã de domingo, 22 de janeiro, com o Pedal em Homenagem às Vítimas, que terá concentração às 7h no letreiro da entrada de Brumadinho. De lá, os ciclistas sairão rumo à igreja e ao campo de futebol do Córrego do Feijão, onde será servido um café da manhã aos participantes, seguido de um momento ecumênico em homenagem às vítimas. A organização é dos Pedalantes Mario Campos.
Dia 24 – Seminário e Carreata
Na terça-feira, 24 de janeiro, será realizado o Seminário 4 Anos da Tragédia-Crime e os Impactos em Brumadinho e Municípios Mineradores, na Faculdade ASA (Rodovia MG 040, km 49), entre 8h e 17h. Vários especialistas estarão reunidos para discutir os riscos da atividade minerária, em especial o ponto de vista das populações atingidas por rompimentos de barragens, como ocorreu em Brumadinho, em 2019, e em Mariana, em 2015. Confira programação completa aqui.
Também na terça-feira, 24 de janeiro, haverá a Carreata por Justiça, com concentração às 17h, partindo do Cemitério Parque das Rosas, com uma parada no Cemitério Municipal. Em ambos, várias vítimas foram sepultadas. Depois, o comboio segue até o letreiro de Brumadinho, onde será realizado um clamor por Justiça, Encontro e Memória e um momento de oração pelas famílias.
Dia 25 – Missa e Ato
Na data exata que marca os 4 anos da tragédia, dia 25 de janeiro, a agenda será mais extensa. Às 10h será celebrada uma missa no estacionamento central de Brumadinho, celebrada pela equipe da Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser). De lá, os presentes sairão em caminhada até o letreiro da cidade, onde se somarão com os familiares. Todo dia 25, neste local, é realizado o ato mensal em honra às 272 vítimas.
O ato terá exibição de vídeos em telão instalado no local, apresentação musical, falas que clamam por Justiça, Encontro e Memória, a tradicional chamada dos nomes das 272 pessoas que perderam a vida e a soltura dos balões que representam cada uma delas.
Segundo a diretoria da AVABRUM, o objetivo da programação dos 4 anos da tragédia neste 2023 é “cobrar por justiça, denunciar a morosidade dos processos judiciais que buscam responsabilizar os executivos e técnicos que fecharam os olhos para os problemas da barragem em nome do lucro, pela não repetição de crimes como os de Mariana e Brumadinho e pela valorização da vida, bem irreparável”.
4 anos de descaso
Além de lidar com a dor de mais um ano de perda das 272 vidas humanas ceifadas pela tragédia do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, as famílias de Brumadinho continuam sem avanços na justiça brasileira e internacional para punir os responsáveis pela tragédia.
O mais duro golpe de impunidade veio em 19 de dezembro de 2022, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os 16 réus (entre executivos da Vale e da Tüv Süd), denunciados por homicídio duplamente qualificado, serão julgados pela Justiça Federal.
O caso começou a ser processado pela Justiça Estadual de Minas Gerais em fevereiro de 2020, mas cerca de um ano depois a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Justiça Federal era a responsável por julgar a ação, acatando um pedido da defesa do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman. Esse entendimento da 6ª Turma do STJ foi, agora, ratificado pelo STF.
Em consonância com a decisão da Segunda Turma do STF, a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, determinou, na quarta-feira da semana passada (18/01), que a Justiça Federal em Minas Gerais promova o imediato andamento do processo penal com o argumento de que há risco de prescrição de crimes apontados pelas investigações da tragédia.
Na mesma quarta-feira, a juíza Renata Nascimento Borges, da Comarca de Brumadinho onde até então tramitava a ação criminal na Justiça do Estado de MG, remeteu os autos do processo à Justiça Federal. Já nesta segunda-feira (23/01), o Ministério Público Federal (MPF) adotou as medidas necessárias para dar prosseguimento ao caso criminal: o MPF ratificou integralmente a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) (que deu origem à ação criminal na Justiça do Estado de MG em 2020).
Em outras palavras, o MPF apresentou a denúncia à Justiça Federal, que deverá decidir se a recebe ou não. Caso a denúncia seja acolhida, a ação ficará sob a responsabilidade da 2ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte (antiga 9ª Vara). Em nota do MPF, a procuradora federal Mirian Moreira Lima disse que se tornou urgente ratificar a denúncia do MPMG diante do teor da decisão da ministra Rosa Weber, que destacou o risco de prescrição de crimes denunciados.
SERVIÇO
4 anos do rompimento da barragem da Vale
Dia 22 – Pedal em Homenagem às Vitimas, em Brumadinho
Horário – 7h
Percurso – Saída do letreiro de Brumadinho, com percurso até igreja do Córrego do Feijão, parada para café e retorno ao letreiro
Inscrições – 31 98899-7282 (um pacote de fralda geriátrica)
Dia 24 – Seminário 4 Anos da Tragédia-Crime e os Impactos em Brumadinho e Municípios Mineradores
Horário – das 8h às 17h
Local – Faculdade ASA Rodovia MG 040, km 49 – Brumadinho
Programação – confira aqui
Dia 24 – Carreata por Justiça.
Horário – 17h
Percurso – Saída Cemitério Parque das Rosas (rua Esmeraldas) passando por Rua Safira/ Avenida Nossa Senhora do Belo Ramo/ Rua João Fernandes do Carmo/ Parada Cemitério Municipal/ Rua Artur Bernades/ Rua Dr. Vitor de Freitas/ Rua Quintino Bocaiuva/ Rua Governador Valadares/ Rua Dr. Victor de Freitas / Avenida Bananal/ Rotatória Posto Morais/ Rua Presidente Vargas/ Rua Coronel Alberto Cambraia/ Rua Chicona/ Parada Letreiro.
Dia 25
– Missa
Local – Estacionamento Central
Horário – 10h
-Caminhada
Ao final da missa, do estacionamento até o Letreiro de Entrada de Brumadinho
-Ato em Honra às Vítimas
Local – Letreiro de Brumadinho
Horário – 11:30h
Os quatro anos do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão serão marcados por uma série de ações de mobilização em Brumadinho. O objetivo é lembrar a tragédia, que deixou 272 mortos, e fortalecer a pauta de luta dos familiares das vítimas: Justiça, com a prisão dos responsáveis; Encontro de todas as vítimas; e Memória, para honrar as vítimas e para que tragédias como essa não se repitam
A Associação de Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Vale (AVABRUM) e o Projeto Legado de Brumadinho* preparam, para este mês de janeiro, uma série de ações de mobilização para marcar os 4 anos da tragédia, que segue impune desde 25 de janeiro de 2019. As atividades têm por objetivo não apenas homenagear as 272 vítimas desta que foi a maior tragédia trabalhista do país, como também pedir por Justiça, para que os responsáveis sejam julgados e presos; Encontro, para que todas as vítimas possam ser localizadas e sepultadas com dignidade; e Memória, para que tragédias com essa nunca mais se repitam.
A mobilização começa na manhã de domingo, 22 de janeiro, com o Pedal em Homenagem às Vítimas, que terá concentração às 7h no letreiro da entrada de Brumadinho. De lá, os ciclistas sairão rumo à igreja e ao campo de futebol do Córrego do Feijão, onde será servido um café da manhã aos participantes, seguido de um momento ecumênico em homenagem às vítimas. A organização é dos Pedalantes Mario Campos.
Dia 24 – Seminário e Carreata
Na terça-feira, 24 de janeiro, será realizado o Seminário 4 Anos da Tragédia-Crime e os Impactos em Brumadinho e Municípios Mineradores, na Faculdade ASA (Rodovia MG 040, km 49), entre 8h e 17h. Vários especialistas estarão reunidos para discutir os riscos da atividade minerária, em especial o ponto de vista das populações atingidas por rompimentos de barragens, como ocorreu em Brumadinho, em 2019, e em Mariana, em 2015. Confira programação completa aqui.
Também na terça-feira, 24 de janeiro, haverá a Carreata por Justiça, com concentração às 17h, partindo do Cemitério Parque das Rosas, com uma parada no Cemitério Municipal. Em ambos, várias vítimas foram sepultadas. Depois, o comboio segue até o letreiro de Brumadinho, onde será realizado um clamor por Justiça, Encontro e Memória e um momento de oração pelas famílias.
Dia 25 – Missa e Ato
Na data exata que marca os 4 anos da tragédia, dia 25 de janeiro, a agenda será mais extensa. Às 10h será celebrada uma missa no estacionamento central de Brumadinho, celebrada pela equipe da Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser). De lá, os presentes sairão em caminhada até o letreiro da cidade, onde se somarão com os familiares. Todo dia 25, neste local, é realizado o ato mensal em honra às 272 vítimas.
O ato terá exibição de vídeos em telão instalado no local, apresentação musical, falas que clamam por Justiça, Encontro e Memória, a tradicional chamada dos nomes das 272 pessoas que perderam a vida e a soltura dos balões que representam cada uma delas.
Segundo a diretoria da AVABRUM, o objetivo da programação dos 4 anos da tragédia neste 2023 é “cobrar por justiça, denunciar a morosidade dos processos judiciais que buscam responsabilizar os executivos e técnicos que fecharam os olhos para os problemas da barragem em nome do lucro, pela não repetição de crimes como os de Mariana e Brumadinho e pela valorização da vida, bem irreparável”.
4 anos de descaso
Além de lidar com a dor de mais um ano de perda das 272 vidas humanas ceifadas pela tragédia do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, as famílias de Brumadinho continuam sem avanços na justiça brasileira e internacional para punir os responsáveis pela tragédia.
O mais duro golpe de impunidade veio em 19 de dezembro de 2022, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os 16 réus (entre executivos da Vale e da Tüv Süd), denunciados por homicídio duplamente qualificado, serão julgados pela Justiça Federal.
O caso começou a ser processado pela Justiça Estadual de Minas Gerais em fevereiro de 2020, mas cerca de um ano depois a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Justiça Federal era a responsável por julgar a ação, acatando um pedido da defesa do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman. Esse entendimento da 6ª Turma do STJ foi, agora, ratificado pelo STF.
Em consonância com a decisão da Segunda Turma do STF, a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, determinou, na quarta-feira da semana passada (18/01), que a Justiça Federal em Minas Gerais promova o imediato andamento do processo penal com o argumento de que há risco de prescrição de crimes apontados pelas investigações da tragédia.
Na mesma quarta-feira, a juíza Renata Nascimento Borges, da Comarca de Brumadinho onde até então tramitava a ação criminal na Justiça do Estado de MG, remeteu os autos do processo à Justiça Federal. Já nesta segunda-feira (23/01), o Ministério Público Federal (MPF) adotou as medidas necessárias para dar prosseguimento ao caso criminal: o MPF ratificou integralmente a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) (que deu origem à ação criminal na Justiça do Estado de MG em 2020).
Em outras palavras, o MPF apresentou a denúncia à Justiça Federal, que deverá decidir se a recebe ou não. Caso a denúncia seja acolhida, a ação ficará sob a responsabilidade da 2ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte (antiga 9ª Vara). Em nota do MPF, a procuradora federal Mirian Moreira Lima disse que se tornou urgente ratificar a denúncia do MPMG diante do teor da decisão da ministra Rosa Weber, que destacou o risco de prescrição de crimes denunciados.
SERVIÇO
4 anos do rompimento da barragem da Vale
Dia 22 – Pedal em Homenagem às Vitimas, em Brumadinho
Horário – 7h
Percurso – Saída do letreiro de Brumadinho, com percurso até igreja do Córrego do Feijão, parada para café e retorno ao letreiro
Inscrições – 31 98899-7282 (um pacote de fralda geriátrica)
Dia 24 – Seminário 4 Anos da Tragédia-Crime e os Impactos em Brumadinho e Municípios Mineradores
Horário – das 8h às 17h
Local – Faculdade ASA Rodovia MG 040, km 49 – Brumadinho
Programação – confira aqui
Dia 24 – Carreata por Justiça.
Horário – 17h
Percurso – Saída Cemitério Parque das Rosas (rua Esmeraldas) passando por Rua Safira/ Avenida Nossa Senhora do Belo Ramo/ Rua João Fernandes do Carmo/ Parada Cemitério Municipal/ Rua Artur Bernades/ Rua Dr. Vitor de Freitas/ Rua Quintino Bocaiuva/ Rua Governador Valadares/ Rua Dr. Victor de Freitas / Avenida Bananal/ Rotatória Posto Morais/ Rua Presidente Vargas/ Rua Coronel Alberto Cambraia/ Rua Chicona/ Parada Letreiro.
Dia 25
– Missa
Local – Estacionamento Central
Horário – 10h
-Caminhada
Ao final da missa, do estacionamento até o Letreiro de Entrada de Brumadinho
-Ato em Honra às Vítimas
Local – Letreiro de Brumadinho
Horário – 11:30h
Dia 7 vai ter concerto com Marcus Viana, autor da trilha do Pantanal, e debate com Padre Júlio, Marina Siva e Daniela Arbex
Leia +São Paulo é o líder, com 35% das ocorrências, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro.
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