Alunos da Oficina de Comunicação Comunitária já atuam em produção jornalística

Parte do Projeto Legado de Brumadinho, atividade pautou a produção de um vídeo, com a cobertura do Ato em Homenagem às Vítimas, realizado todo dia 25

Os alunos da Oficina de Comunicação Comunitária do Projeto Legado de Brumadinho  já estão colocando a mão na massa. No segundo encontro, realizado no sábado (25), os bolsistas demonstraram, além de talento, muita energia. Com o caderno e caneta a postos, e com muita empolgação, os futuros comunicadores tiveram a oportunidade de aprender sobre produção de vídeo, uma importante ferramenta na construção do legado para Brumadinho.

Quem conduziu a oficina foi a jornalista e educadora social Sheila Castro, com tarefas divididas em dois blocos: teórico, onde houve introdução sobre o universo do vídeo e os diversos formatos e durações, além do prático, onde explicou sobre técnicas específicas, tais como enquadramento, planos de vídeo, movimentos de câmera, captação de som e os diferentes tipos de microfones.

Dentro do gênero jornalismo, foram discutidas maneiras de entrevistar, dicas de posicionamento corporal do entrevistador e entrevistado, e também sobre os o uso dos equipamentos durante uma entrevista. Roteiro, pauta e as diferentes funções de uma equipe de jornalismo também foram tópicos abordados na aula.

Jornalista e educadora social Sheila Castro conduziu a oficina

Na pauta, ato em homenagem às 272 vítimas

Os alunos se dividiram em grupos – cada um com cinegrafista, produtor e repórter – e tiveram como pauta a cobertura do Ato em Homenagem às Vítimas da Barragem da Vale, prevendo entrevistas com integrantes da AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão). Uma equipe também ficou a cargo de gravar o making off de toda cobertura.

O ato acontece no ‘letreiro de Brumadinho’, na entrada da cidade,  todo dia 25 de cada mês. Lá, os vídeos foram produzidos conforme o roteiro construído pelos jovens, e as entrevistas foram gravadas com celulares e câmeras.

Para a educadora Sheila Castro, o audiovisual é  um importante espaço de voz para a comunidade e os estudantes conseguirão usá-lo com maestria, sobretudo no que se refere ao Legado de Brumadinho. “Com as oficinas, esses jovens estarão capacitados para perpetuar a memória das vítimas dessa tragédia-crime, e o audiovisual tem uma linguagem peculiar para alcançar esse objetivo. O mais importante é que os participantes da oficina vão aprender a usar ferramentas para produzir um conteúdo sensível a partir da perspectiva da própria comunidade e da juventude, e o legado certamente será imenso”, completa Sheila. 

‘É preciso sensibilidade na cobertura’

A jovem Juliana Gomes, de 21 anos, que faz parte da Oficina, disse que colocar o aprendizado em prática, sobretudo em uma cobertura que demanda sensibilidade, não é simples, mas é de extrema importância.

 “Deixar um legado através da comunicação não é tarefa fácil. A professora conseguiu explicar o conteúdo de uma forma bem leve e dinâmica. Aprendi diversas técnicas sobre vídeo. O curso tem sido muito bom e, para a próxima aula, tenho como expectativa conhecer uma outra forma de comunicação, e também colocar em prática tudo isso que estamos aprendendo”, finaliza.

 No próximo encontro, que acontecerá no sábado, dia 02/07, os estudantes irão trabalhar nos materiais produzidos, além de terem no radar uma próxima abordagem: a história de Brumadinho. A realização das oficinas de comunicação comunitária do projeto Legado de Brumadinho é realizada pela Sabic – Associação dos Amigos das Bibliotecas Comunitárias, responsável também pela gestão do Projeto Legado de Brumadinho.

Conexão Munique-Brumadinho: cidade alemã tem exposição sobre tragédias na mineração

Uma das cidades mais importantes da Alemanha, Munique é a sede  da Tüv Süd – multinacional alemã que é citada mais de mil vezes no relatório final da CPI da Câmara dos Deputados que apura as responsabilidades sobre a tragédia de Brumadinho. No dia 25/06, mesma data do Ato em Homenagem às vítimas da tragédia da Vale, três artistas mineiras inauguraram uma exposição exclusiva na cidade alemã convidando o público à reflexão sobre os problemas causados pela mineração.

Em Brumadinho, durante o Ato de Justiça, Encontro e Memória das 272 joias, Andresa Rodrigues, vice-presidente da AVABRUM, leu uma carta se dirigindo aos brumadinhenses sobre a importância da exposição para a reafirmação da cultura do valor à vida humana e da preservação do meio ambiente. Tal legado, também visto nas artes como forma de expressão e comunicação, é uma das maneiras de honrar a memória das 272 pessoas que morreram no rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão.

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